Abriste a porta que nos une
selaste a distância que nos separa
às tuas atitudes ninguém fica imune
na minha cabeça à memórias que o tempo não apaga.

Moves segredos, moves sentimentos
mas quem és tu afinal para querer voltar
ao longo deste tempo a relembrar momentos
que se perderam com a tua porta a fechar.

Foram dias e dias a escrever
até chegar ao que hoje sou
nem mesmo quando pensei largar tudo e desaparecer
a tua imagem no meu pensamento sempre ficou.

Elevaste tudo do nosso passado recente
quero gritar bem alto o que ainda és em mim
porque esquecer-te nunca o farei sinceramente
mas vejo-te, sinto-te, olho-te lá bem no fim.
A cada minuto que passa me identifico
somente com a maneira de ser desta vida
a cada passo que dou verifico
que estou cada vez mais longe do tiro de partida.

Não é nos meus olhos que está o meu eu
não é no meu interior que está o meu ser
não é por palavras sentidas que a minha alma cresceu
não é por estas lágrimas que eu te vou perder.

Sei que quando anoitecer
os nossos mundos se vão fundir
garanto-te que não é fácil esquecer
cada vez que os nossos olhos se voltam a unir.

Caí na ignorância de me prender
a um sentimento que não consigo suportar
serei eu capaz de viver
sabendo que nunca mais te vou abraçar.