essa sede que espelha no teu olhar
esse querer e não poder que te consome
esse desejo insaciável de querer o mundo mudar.
Mas o mundo caminha e recua
dá voltas e volta ao percurso inicial
veste a crueldade e deixa a pureza nua
semeia o bem e por vezes colhe o mal.
Transportas contigo essa força humana
inabalável é essa tua alma circundante
lutas contra tudo e todos de peito feito, de forma insana
elevas as pedras por onde passas num brio predominante.
Distante, mas perto observas ao desmoronar
de multidões que se deixam manusear
mentes barulhentas que no silêncio acabam por sufocar
vozes perdidas que se perdem e se deixam calar.